A Diretoria Executiva do Grupo Banco Mundial (WBG) endossou recentemente um novo Quadro de Parceria com o País (CPF) para Moçambique, cobrindo cinco anos (2023-2027), com o objetivo abrangente de apoiar Moçambique a alcançar um desenvolvimento mais verde, resiliente e inclusivo.
“Essa estratégia investirá em instituições inclusivas, lançando as bases para uma sociedade mais resiliente. Apoiaremos empregos inclusivos e verdes, principalmente criando oportunidades para mão de obra pouco qualificada fora da agricultura de subsistência”, observou Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Diretor do Banco Mundial para Moçambique, Madagascar, Ilhas Maurício, Comores e Seychelles. “Vamos apoiar o capital humano e o empoderamento das mulheres, ajudando assim a reduzir a desigualdade, melhorar a inclusão e construir resiliência.”
Moçambique teve uma das maiores taxas de crescimento económico da África Subsaariana durante mais de duas décadas. O crescimento foi impulsionado por investimentos em larga escala nas indústrias de alumínio e carvão e facilitado por uma boa gestão econômica, que ajudou a atrair investimento estrangeiro direto (IED) e ajuda ao desenvolvimento. O forte desempenho de crescimento do país ajudou a reduzir a pobreza, mas de forma desigual, devido à sua dependência de extrativos.
“Em meio à receita transformadora esperada da exploração de gás natural liquefeito, é fundamental que Moçambique mude gradualmente para um modelo de crescimento menos dependente de extrativos”, observou Paulo Correa, Líder do Programa do Banco Mundial para Moçambique e coordenador principal do CPF de Moçambique. “Além disso, é importante que o país trabalhe para criar empregos para a maior parte de sua população”, acrescentou.
“O CPF reflete as novas prioridades do país e as lições aprendidas com compromissos anteriores”, acrescentou Fernanda Massarongo Chivulele, Analista de Pesquisa do Banco Mundial e colíder na preparação do CPF. “Vamos investir em menos investimentos, maiores e transformacionais e enfatizar a dimensão regional do desenvolvimento com um foco mais forte em gênero, empregos, transformação econômica e governança.”
Durante este novo ciclo de parceria, o trabalho centrar-se-á no reforço da recuperação económica, alinhando-se com a iniciativa de reforma do governo moçambicano, Pacote de Medidas de Aceleração da Economia (PAE), lançado em agosto de 2022. O pacote de reformas, com lançamento previsto para 2023-2024 , visa promover o desenvolvimento do setor privado, melhorando o ambiente de negócios e alinhando a política fiscal com os objetivos de desenvolvimento.
“Continuaremos a buscar oportunidades para desenvolver parcerias público-privadas robustas de acordo com a agenda de reformas mais ampla do governo”, observou Carlos Katsuya, Gerente Nacional da Corporação Financeira Internacional (IFC) para Moçambique. “Este novo ciclo de parceria se baseará na colaboração bem-sucedida entre a IFC e a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), principalmente por meio da mobilização de capital privado, que resultará em investimentos adicionais aos já planejados pela IDA.”
O desenho do CPF seguiu extensas e amplas consultas com o governo, a sociedade civil e a comunidade de doadores. Considerou cuidadosamente os objetivos estratégicos, políticas e programas do governo, as lições aprendidas com o ciclo de parceria anterior e as prioridades identificadas no diagnóstico do Banco Mundial. Além disso, dois filtros críticos foram aplicados na determinação das prioridades da estratégia: melhorar a resiliência e abordar a fragilidade.