O sector agrícola de Moçambique obteve uma pontuação quase perfeita no seu plano quinquenal, de acordo com o Ministro da Agricultura, Celso Correia. No entanto, há uma nota amarga: a produção de leite, que Correia chamou de “calcanhar de Aquiles” da indústria, não conseguiu cumprir as suas metas.
Falando esta semana na Reunião de Planeamento Nacional em Maputo, Correia revelou que 10 dos 11 indicadores definidos para a agricultura e pecuária entre 2019 e 2024 foram alcançados. Embora isto seja motivo de comemoração, o baixo desempenho na produção de leite é motivo de preocupação.
“Temos assistido a algum crescimento em províncias produtoras de leite como Sofala e Manica”, admitiu Correia, citado pela estação de televisão independente STV. “Mas a nossa capacidade de atrair investimento e competir com mercados mais estabelecidos pode ser a razão pela qual não temos visto o mesmo progresso que com outros produtos e culturas.”
Apesar do desempenho maioritariamente positivo, Correia advertiu que as ambições do ministério vão muito além do plano quinquenal.
“Um grande desafio que enfrentamos, tanto para a segurança alimentar como para a produção nacional, é a demografia”, explicou. “Isto também determinará a eficácia da intervenção pública na agricultura, por isso não podemos ignorar este factor”.
Correia também esclareceu a questão dos salários irregulares dos extensionistas agrícolas, admitindo que isso teve impacto no seu desempenho. Ele culpou a recém-introduzida Tabela Salarial Unificada (TSU) pelos problemas, mas garantiu aos presentes que seu ministério está trabalhando para uma resolução rápida.
O ministro enfatizou a necessidade de práticas sustentáveis na agricultura moçambicana, não apenas financeiramente, mas também socialmente, para criar um ambiente melhor para os agricultores prosperarem.
A reunião de planeamento de três dias reuniu cerca de 300 figuras importantes da agricultura de todo o país para dissecar o desempenho do sector nos últimos cinco anos. Esta introspecção será, sem dúvida, fundamental para moldar a trajectória futura do sector agrícola de Moçambique, garantindo que este supere os seus actuais problemas de ordenha e continue no seu caminho para o crescimento.