O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique, Celso Correia, diz que considera a investigação uma prioridade no país para acelerar a transformação do sector agrícola à escala nacional.
“A pesquisa é o coração da transformação da agricultura. Infelizmente, nas últimas décadas, não foi possível fazer o investimento que gostaríamos de fazer em pesquisa”, disse o ministro.
Ele disse acreditar que investir em pesquisa permitirá ao país superar a crise de oferta de grãos.
Uma possibilidade óbvia é mudar de grãos importados para culturas de raízes, como a mandioca, em que Moçambique é auto-suficiente.
“Antigamente colhíamos cinco ou seis toneladas de mandioca por hectare e começamos a colher dez. É a nossa tecnologia que tem de ser melhorada. Pode fazer a diferença no setor agrícola″, acrescentou.
O ministro disse ser, por isso, importante transferir tecnologia e modernizar a agricultura, mas sem ser dependente.
“É muito importante transferir tecnologia e modernizar a agricultura. Moçambique precisa de dar um salto, mas tem de ser independente, não podemos ficar dependentes de tecnologia importada. Temos que ter o nosso”.
O ministro disse que Moçambique tem pelo menos 300 investigadores formados e mais de 1 500 trabalhadores empregados em áreas de investigação que necessitam de apoio e investimento.
“Precisamos acreditar nessas equipes para que possam trazer soluções de milho, mandioca, soja e girassol. Todas as culturas que em outros países são obtidas com rentabilidade e produtividade muito altas.”
O governador referiu que o mundo e o país estão sob pressão devido à invasão russa da Ucrânia que poderá afectar o abastecimento de alguns produtos que Moçambique importa da zona do Mar Negro como o trigo e o óleo de girassol.
Sobre a guerra Rússia/Ucrânia o ministro comentou: “O óleo vegetal, por exemplo, passou de 800 dólares a tonelada para 1.800 dólares. O arroz também teve um salto, mas não tão grande quanto o petróleo, mas significativo, assim como o trigo. Portanto, há necessidade de aliviar esta pressão, Moçambique deve continuar a produzir e intensificar todos os programas de produção”.